Pesquisas reforçam a eficácia da vitamina D na prevenção do câncer
O papel exato da vitamina D na prevenção do câncer ainda está sob estudo, mas seus benefícios começam a ser comprovados por cientistas em diversas partes do mundo.
Recentemente, pesquisadores japoneses concluíram que altos níveis de vitamina D podem reduzir os riscos de desenvolver alguns tipos de câncer, principalmente câncer de fígado.
Em um estudo publicado pelo jornal britânico BMJ em março de 2018, eles reforçam a teoria de que a vitamina D pode ajudar a prevenir alguns tipos de câncer.
Produzida pela pele em resposta à luz solar, a vitamina D ajuda a controlar os níveis de cálcio no corpo para manter ossos, dentes e músculos saudáveis.
Embora seus benefícios na prevenção de doenças ósseas sejam bem conhecidos, há evidências de que ela pode ter um papel importante no combate a diversas outras doenças crônicas, incluindo o câncer.
Metodologia e amostragem
A equipe de pesquisa analisou dados do Estudo Prospectivo do Centro de Saúde Pública do Japão (JPHC), envolvendo 33.736 participantes do sexo masculino e feminino com idade entre 40 a 69 anos.
Os participantes forneceram informações detalhadas sobre seu histórico de saúde, dieta e estilo de vida, e amostras de sangue foram coletadas para medir os níveis de vitamina D.
Esses níveis geralmente variam dependendo da época do ano em que a amostra é colhida, tendendo a ser maior no verão e no outono. Depois de contabilizar essa variação sazonal, as amostras foram divididas em quatro grupos, de acordo com o nível de vitamina D.
Os participantes foram monitorados por uma média de 16 anos, durante os quais foram registrados 3.301 novos casos de câncer.
Comprovando a ação da vitamina D na prevenção do câncer
Após o ajuste para vários fatores de risco conhecidos (como idade, peso, níveis de atividade física, tabagismo, ingestão de álcool e fatores dietéticos), os pesquisadores descobriram que um nível mais alto de vitamina D foi associado a um risco cerca de 20% menor de câncer em homens e mulheres.
Níveis mais elevados de vitamina D também foram associados com um risco relativo menor (30-50%) de câncer de fígado, e a associação foi mais evidente em homens do que em mulheres.
Segundo os pesquisadores, os pontos fortes do estudo são o tamanho da amostragem, o longo período de acompanhamento e o grande número de amostras de sangue analisadas.
Os autores dizem que suas descobertas apóiam a teoria de que a vitamina D pode proteger contra o risco de câncer, mas que pode haver um efeito de teto, sugerindo que não há benefícios adicionais além de um certo nível de vitamina D.
Vitamina D e câncer de mama
Ao lado da pesquisa japonesa, outros estudos recentes também confirmaram a ação da vitamina D na prevenção do câncer.
No caso do câncer de mama, uma doença que atinge 60 mil mulheres por ano apenas no Brasil, os benefícios ficam a cada dia mais evidentes.
Um estudo feito por cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) relatou conclusões semelhantes aos pesquisadores do outro lado do mundo após analisar dados médicos de 627 mulheres com idade entre 45 e 75 anos.
Elas foram divididas em dois grupos: um deles tinha 209 diagnosticadas com câncer de mama e o outro, com 418 mulheres, serviu como controle. Todas as participantes haviam entrado na menopausa há pelo menos 12 meses.
Comparando as informações médicas dos dois grupos, observou-se que as mulheres com câncer de mama apresentavam taxas de vitamina D baixas ou muito baixas no momento do diagnóstico, comparadas com o grupo de controle.
Depois de ajustar os fatores modificadores relevantes, eles concluíram que mulheres na pós-menopausa com diagnóstico recente de câncer de mama apresentaram maior ocorrência de hipovitaminose D (falta de vitamina D) quando comparadas às mulheres saudáveis na mesma faixa etária.
Diante desses resultados, os autores do estudo levantam a hipótese de que níveis adequados de vitamina D podem dificultar a proliferação celular, reduzindo o risco do câncer de mama e de outros tipos de neoplasias.
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