Sedentarismo aumenta risco de morte e de doenças crônicas em idosos
Praticar atividades físicas é uma das formas de se garantir uma velhice mais saudável. Hoje, com a expectativa de vida cada vez maior, é importante que se adotem cuidados para que esta fase da vida seja vivida de forma plena e com menos problemas de saúde possível.
Uma das formas de se fazer isso é combater o sedentarismo, que traz impactos negativos na saúde em qualquer idade, mas pode ser particularmente prejudicial na velhice. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco de morte pode aumentar em até 30% entre os idosos sedentários.
É normal que ao se envelhecer se perca a massa muscular, a densidade óssea e a força física. Mas a falta de atividade física pode acelerar este processo, como consequência aumentar o risco de quedas, fraturas ósseas, doenças cardíacas, diabetes e outras condições crônicas de saúde.
O sedentarismo também impacta no combate à obesidade, que é um fator de risco para muitas doenças crônicas. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2006 e 2019, o número de idosos obesos saltou de 16,1% para 23%.
Sedentarismo também faz mal à saúde mental
O brasileiro parece avesso a atividades físicas. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em 2020, aponta que os brasileiros com idade igual ou acima de 18 anos não são ativos o suficiente. Eles praticam menos de 150 minutos de atividade física por semana considerando, lazer, trabalho e deslocamento para o trabalho. E quase 60% das pessoas com 60 anos ou mais de idade foram consideradas sedentárias.
Com os dados deste mesmo levantamento, pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) puderam concluir que idosos sedentários, que passam mais de três horas sentados ou deitados, ou mais de 6 horas por dia assistindo TV, têm maior probabilidade de sofrer de insônia. E isso traz uma série de prejuízos. Não dormir regularmente pode ocasionar falta de memória, dificuldades de atenção e de raciocínio, depressão e ganho de peso.
O sedentarismo pode contribuir para o desenvolvimento de depressão, ansiedade e trazer prejuízos para a saúde mental. Um estudo realizado em Campinas (SP) de 2007 pode associar o transtorno mental comum e o sedentarismo. O objetivo do estudo não era explicar o porquê de isto ocorrer, mas detectar o número de idosos sedentários. Também foi descoberto que o sedentarismo dos idosos é maior entre mulheres, tabagistas, com algum transtorno mental comum e com uma faixa de renda menor.
Quedas trazem dores físicas e emocionais
A atividade física também ajuda a reduzir o risco de quedas através do fortalecimento muscular, melhora do equilíbrio e da coordenação motora. E a prevenção de quedas é fundamental para garantir a saúde e a qualidade de vida dos idosos.
As quedas são a segunda maior causa de mortes por lesões não-intencionais no mundo, ficam atrás somente dos acidentes de trânsito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e a maior parte das vítimas tem mais de 60 anos.
Além do risco de morte, as quedas também reduzem consideravelmente a qualidade de vida. No Brasil, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia estima que aconteça uma queda a cada três pessoas acima de 65 anos. E destas, uma entre 20 necessitará de internação ou resultará em uma fratura. Outras consequências são a redução da capacidade funcional e das atividades da vida diária, declínio da capacidade cognitiva e hospitalização. Há também chances de ter de usar uma órtese, como uma bengala ou andador. Estes acidentes não causam prejuízos apenas físicos, como também mentais e sociais. Não são poucos os casos em que a vítima perde a confiança em andar com segurança. Isto pode levar ao declínio funcional, depressão, baixa autoestima e isolamento social.
Gastos com internações tendem a aumentar
O levantamento “Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2014 e 2019”, elaborado pelo Instituto de Saúde Suplementar (IESS) aponta o crescimento das internações de idosos.
O número de internações por fraturas de fêmur entre idosos quase dobrou no período estudado. Também cresceram as hospitalizações por problemas cardíacos: a de infarto no miocárdio, por exemplo, subiu 38,5%. E implantação de marca-passo passou de 10,4 mil para 13,7 mil, avanço de 31,8%.
Prevenção é a melhor medida.
Existem programas dentro das próprias operadoras de saúde que ajudam na conscientização dos beneficiários. E eles podem ajudar a reduzir os custos, uma vez que a prevenção é mais eficiente e econômica do que o tratamento de doenças. Um exemplo é dado pela Unimed Santos.
O programa do Espaço Viver Bem Unimed Santos visa melhorar o condicionamento cardiovascular e desenvolver as capacidades físicas indispensáveis para as atividades cotidianas, como força, flexibilidade, agilidade, coordenação, equilíbrio. E o maior objetivo é a inserção na rotina a prática regular de exercícios, e assim estimular um estilo de vida mais saudável.
“Para iniciar no programa, o paciente é encaminhado, pela equipe de enfermagem, para avaliação com o educador físico. Na consulta, o profissional apresenta a dinâmica das aulas, horários disponíveis e regras para permanência. A avaliação física conta testes de capacidade funcional: flexão de braço (força de membro superior), sentar e levantar da cadeira (força de membros inferiores), equilíbrio unipodal, flexibilidade com banco de Wells e mobilidade funcional (timed up and go). E a entrada em um grupo só é permitida após a apresentação do atestado médico”, explica o educador físico Wendell Akamatu.
Akamatu destaca que antes das sessões é feito um monitoramento da frequência cardíaca, pressão arterial e glicemia capilar de todos os pacientes hipertensos, diabéticos ou cardiopatas. “Caso o beneficiário não esteja dentro dos parâmetros indicados pelos guidelines, não participa da aula e é avaliado por enfermeiras para encaminhamento aos serviços de pronto atendimento”, revela o educador.
“A rotina da sessão consiste em exercícios resistidos, equilíbrio, coordenação, agilidade e alongamentos que são incrementados de acordo com a capacidade funcional individual. A intolerância ao exercício é medida por meio da Escala de Borg”, explica Akamatu.
Os resultados são muito gratificantes. Durantes os acompanhamentos (que duram seus meses e podem ser renovados após um curto intervalo), foi observado que houve uma redução de quedas, aumento do equilíbrio e da independência funcional, além da maior socialização.
Um outro exemplo vem da operadora Humana Saúde Paraná. O educador físico Marco Massolin Filho explica que eles contam com programas de medicina preventiva em que um dos objetivos é incentivar idosos e doentes crônicos a realizarem atividades físicas. O foco do Espaço Saúde é inserir a prática do exercício como algo de rotina. “Fazemos um trabalho muito importante na parte muscular. Incentivamos a musculação para ganho e fortalecimento muscular, principalmente nos idosos. Com o envelhecimento, as pessoas perdem massa muscular. Nós trabalhamos principalmente os membros inferiores, com o objetivo de reduzir os riscos de queda. Também trabalhamos o cardiopulmonar, especialmente em diabéticos e hipertensos. Um trabalho aeróbico de 20 a 30 minutos ajuda muito a diminuir níveis de colesterol e a subir o HDL”, explica Marco. Outros profissionais também estão envolvidos, como nutricionistas que orientam uma alimentação mais saudável, além de psicólogos, enfermeiros e equipe médica.
Número de idosos cresce
A população de idosos, não apenas no Brasil, como em todo o mundo tem aumentado. E a saúde suplementar precisa estar preparada para suprir esta demanda. E ainda melhor que isso, investir na prevenção.
O envelhecimento saudável reduz as despesas de operadoras de saúde. É preciso conscientizar adultos e reforçar hábitos saudáveis entre os mais velhos. Uma forma de se fazer isso é através de palestras e programas voltados à Atenção Primária à Saúde (APS).
Existem operadoras de saúde que incentivam a prática de exercícios físicos, como hidroginástica e caminhadas, através de programas, que envolvem uma equipe multidisciplinar, como educadores físicos, fisioterapeutas e enfermeiros.
Uma forma de se gerir estes programas é através do software Previva. Por meio dele é possível manter um registro das doenças crônicas de cada integrante, de quando foi a última consulta ao médico e a realização de exames. Também é possível registrar o progresso de cada um.
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