Maior estudo sobre doenças crônicas no Brasil entra em nova fase.

As doenças crônicas não transmissíveis matam cerca de 41 milhões de pessoas por ano, segundo a OMS. Isto corresponde a 71% das mortes no mundo todo. No Brasil, estas doenças são responsáveis por aproximadamente 1,8 milhões de internações anuais no Sistema Único de Saúde. Os dados são do relatório “Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis no Brasil 2021-2030”, que tem como base dados de 2019.

CUSTO SAÚDE - Gasto médio por usuário cresce nos planos de saúde

Existem vários tipos de doenças crônicas, como as do coração. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular. Ao pensar no câncer, para o triênio de 2023-2025, de acordo com o Inca, serão esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil a cada ano.

Pela abrangência das doenças crônicas tem se tornado cada vez mais importante estudá-las. É importante analisar as doenças crônicas e o impacto que elas têm na qualidade de vida das pessoas, pois essas doenças podem afetar significativamente a qualidade de vida, levando a incapacidades, limitações físicas e mentais, perda de independência e outros efeitos negativos. Um dos estudos que ocorre há mais tempo no Brasil é o ELSA Brasil, que é uma versão do Estudo Longitudinal do Envelhecimento no Reino Unido, adaptado para a população brasileira. O estudo, que se prepara para a terceira fase de coorte, iniciou em 2008.

O objetivo é investigar o desenvolvimento de doenças crônicas na população brasileira. No início dos anos 2000, as doenças crônicas já correspondiam a 75% dos gastos de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  E o número tende a crescer. O estudo  “Qual o impacto das hospitalizações potencialmente preveníveis na Saúde Suplementar?”, realizado pela IESS, apontou quantas internações poderiam ser evitadas ao se tratar precocemente as doenças diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca e doença cardíaca congestiva. No total, foram contabilizadas 5.234.743 hospitalizações de beneficiários de planos de saúde em 2019. De acordo com o estudo da IESS, contabilizando apenas as doenças citadas anteriormente, 21.436 internações seriam evitáveis. Destas 83% eram clínicas e as demais cirúrgicas. E mais de 70% eram em caráter de urgência/emergência.

Como é conduzido o ELSA?

O ELSA é conduzido em ondas de exames e entrevistas que ocorrem a cada três ou quatro anos. A quarta onda do projeto foi iniciada em agosto de 2022 e continuará pelos próximos 18 meses.  A primeira, que ocorreu entre 2008 e 2010, estabeleceu a linha de base para o projeto. Desde então, o andamento é monitorado de duas maneiras: através das ondas, realizadas a cada três ou quatro anos, e de uma ligação anual que atualiza os pesquisadores sobre o estado de saúde de cada participante.

Na primeira fase da pesquisa, 15.105 pessoas participaram, enquanto na fase atual, estima-se que 11.737 estejam envolvidas. A redução na coorte se deve principalmente a dois fatores: ao falecimento de alguns participantes e que outros se mudaram para fora do Brasil. No entanto, a pesquisa ainda é capaz de alcançar remotamente aqueles que estão no exterior ou presencialmente, quando eles retornam ao Brasil.

Descobertas do ELSA

O ELSA fez uma série de descobertas importantes sobre a população brasileira. Um exemplo é a quanto a pressão arterial, em que um estudo associa o tratamento a vários fatores, como  a maior escolaridade. Quem tem mais estudo tem maior chance de controlar a pressão arterial. Além disso, mulheres têm 40% mais chances do que homens de controlar sua pressão arterial com medicamentos. Aqueles com renda per capita superior a mil reais também apresentam 20% mais chances de controlar sua pressão arterial em comparação com aqueles com renda intermediária. Entre os diferentes grupos étnicos, aqueles que se definem como brancos têm o dobro de chances de controlar sua pressão arterial em comparação com aqueles que se definem como pretos.

Diante destas descobertas, torna-se mais fácil criar grupos de acompanhamento e programas voltados ao perfil. Com os dados do ELSA, foram desenvolvidas mais de 100 teses de mestrado e de doutorado.

Algumas outras descobertas do ELSA-Brasil incluem:

A associação entre obesidade e doença arterial coronariana (DAC): um estudo mostrou que pessoas obesas têm uma prevalência de DAC do que aquelas com peso normal, independentemente de outros fatores de risco cardiovascular, como tabagismo, hipertensão arterial e diabetes.

O impacto da depressão na saúde cardiovascular: o ELSA-Brasil descobriu que a depressão está associada a um maior risco de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Um outro estudo avaliou a  ligação entre níveis elevados de estresse relacionado ao trabalho e ocorrência de doenças cardiovasculares.

ELSA durante a pandemia

Durante a pandemia, mais de 5.000 pessoas foram ouvidas em cinco centros de investigação do ELSA com o objetivo de avaliar os efeitos do distanciamento social na morbimortalidade específica da Covid-19 e agravamento de fatores de risco e no manejo de doenças crônicas.

Os dados destacaram que a pandemia teve um impacto significativo na saúde mental dos participantes, especialmente das mulheres. No período de distanciamento social, 24% das mulheres apresentaram sintomas de depressão, 20% enfrentaram ansiedade e 17% relataram estresse. Além disso, os resultados indicam um aumento no consumo de álcool durante a pandemia e uma sobrecarga de trabalho para muitos participantes.

Importância de estudar doenças crônicas

As doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas e câncer, têm um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas e representam uma carga financeira para o sistema de saúde.

Um programa de controle de doenças crônicas em uma operadora de saúde pode ser uma maneira eficaz de ajudar a prevenir, gerenciar e controlar essas doenças. E pode incluir atividades de promoção da saúde, como educação sobre dieta saudável, exercício físico regular e cessação do tabagismo, que podem ajudar a prevenir o aparecimento dessas doenças. Além disso, pode oferecer suporte para gerenciar as condições existentes, como monitoramento regular de sinais vitais, terapia medicamentosa e acompanhamento com profissionais de saúde. Para apoiar o gerenciamento destes programas, pode contar com o apoio da tecnologia através do software de medicina preventiva Previva. Com o software, é possível traçar o perfil dos beneficiários, o que ajuda a criar programas personalizados que atendam às necessidades específicas de cada grupo.

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