Jogos mentais e leituras estimulam atividades cognitivas; solidão aumenta risco de demência

Embora o envelhecimento seja algo natural, certos cuidados com a alimentação, saúde e estilo de vida podem influenciar a forma como as pessoas irão passar por esse processo. Uma dieta saudável e equilibrada desempenha um papel importante, assim como a prática regular de atividades físicas. Além desses cuidados, a realização de leituras e jogos mentais pode exercitar o cérebro e ter um efeito protetor nas funções cognitivas. Já a solidão pode ser um fator para desencadear, mais cedo, um quadro de demência.

As atividades mentais estimulam diferentes áreas do cérebro, ajudando a manter a plasticidade cerebral e fortalecer as conexões neurais. O aprendizado de novas habilidades também desafia o cérebro, estimulando a criação de novas conexões neurais. É importante destacar que essas práticas não garantem uma proteção absoluta contra o declínio cognitivo ou doenças relacionadas ao envelhecimento, mas podem contribuir para um envelhecimento saudável e uma melhor qualidade de vida.

Demência é causa de incapacidade e morte

De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência é a sétima causa de morte entre todas as doenças e a maior causa de incapacidade e dependência dos idosos no mundo. O número de pessoas com demência deve aumentar para 78 milhões em 2030.

Hoje, segundo a (OMS), 55 milhões de pessoas vivem no mundo hoje com demência. E anualmente, surgem 10 milhões de casos.  De acordo com U. S. Census, mais de 21% da população brasileira será de idosos em 2050. Muitos mais casos de demência irão ser registrados.

Para a Federação Alzheimer’s Disease International, é possível prevenir ou atrasar 40% dos casos de demência por meio de medidas preventivas. Entre elas, constam manter amizades e laços sociais. Outras incluem a prática de 150 minutos de atividade aeróbica moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana; parar de fumar e evitar beber álcool em excesso.

Sentimento de solidão aumenta risco de demência

Manter laços e amizades é fundamental para reduzir o declínio cognitivo. Um estudo, publicado em 2020 no periódico The Journals of Gerontology: Série B, revela que a solidão pode aumentar em 40% o risco de desenvolvimento de demência pelos próximos dez anos.

De acordo com os pesquisadores, pessoas que se sentem solitárias têm uma maior probabilidade de apresentar outros fatores de risco para doenças neurodegenerativas, como depressão, hipertensão e diabetes, além de serem mais propensas a fumar e a adotar um estilo de vida sedentário. Surpreendentemente, os resultados indicaram que esse risco é semelhante em diversos grupos, independentemente de gênero, nível de educação, raça e etnia. O estudo também destacou que o sentimento de solidão, mais do que o isolamento social em si, é o fator que realmente contribui para o declínio cognitivo.

O estudo, conduzido pela Universidade Estadual da Flórida (FSU), nos Estados Unidos, investigou os dados de 12.030 indivíduos com 50 anos ou mais ao longo de dez anos. Essas informações foram coletadas por meio do Estudo sobre Saúde e Aposentadoria, uma pesquisa longitudinal financiada pelo governo americano. Durante as entrevistas, realizadas por telefone de dois em dois anos, os participantes foram submetidos a avaliações de capacidade cognitiva, em que pontuações mais baixas indicaram a presença de demência. Do total de participantes avaliados, 1.104 pessoas desenvolveram o problema de saúde.

Um outro estudo conduzido, na Holanda, pela Sociedade de Alzheimer, apontou que um em cada dez indivíduos solitários apresentou sinais de debilidade mental após três anos. Por outro lado, entre aqueles mais ativos socialmente, a ocorrência foi de um em cada vinte. É importante destacar que os riscos estão atrelados ao sentimento de solidão. A amostragem foi de mais 2.000 pacientes.

Nas duas pesquisas, foi constatado que o sentimento de solidão é mais significativo do que estar efetivamente sozinho, sugerindo que a percepção de falta de conexões sociais aumenta o risco de declínio cognitivo.

Os custos com Demência

No mundo, o custo para tratar a demência foi estimado em US$ 1,3 trilhão em 2019. Para 2030, este valor deve alcançar US$ 1,7 trilhão (isto sem atualizar os aumentos atuais no tratamento). Em 2050, é esperado que chegue aos US$ 2.8 trilhões.

No Brasil, os custos indiretos mensais com doentes com Alzheimer representaram, em 2015, de 69% a 169% da renda familiar. Os dados são do artigo “Custos indiretos com demência: um estudo brasileiro”, publicado em 2015 na Revista Dementia & Neuropsychologia.

O estudo Aspectos epidemiológicos e gastos em saúde por demências no Brasil transversal descritivo cita dados sobre demência em 2018 do Ministério da Saúde. No Brasil, foram registradas um total de 8.663 internações hospitalares relacionadas a demências pelo Sistema Único de Saúde. Os valores pagos por atendimentos dessas internações hospitalares somaram R$ 14.762.523,68.

Programas podem retardar a demência

Os programas de prevenção desempenham um papel fundamental no retardo e na redução do risco de demência. Esses programas têm como objetivo principal promover a adoção de hábitos saudáveis.

Um aspecto importante dos programas de prevenção é o estímulo à prática regular de atividades físicas e mentais, além da socialização de idosos.

Para o gerenciamento destes programas, existe o Previva, um software de medicina preventiva, criado para aprimorar as práticas de gestão de pacientes crônicos e atenção primária, com soluções para reduzir custos.

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