Renda, idade e falta de atividade física são os principais fatores associados à obesidade
Hoje, seis em cada dez brasileiros estão com sobrepeso, de acordo com dados do Vigitel 2021. Recentemente, a Fundação Getúlio Vargas fez um estudo inédito sobre a obesidade no Brasil para identificar os diferentes fatores que podem levar à ocorrência da doença multifatorial. Para a realização desta pesquisa, foram utilizados dados da Pesquisa Nacional em Saúde (PNS) e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
O estudo apontou que a idade, as condições socioeconômicas e a falta de atividade física são os principais fatores associados à prevalência da obesidade no país. Ainda demonstrou que há um desequilíbrio entre o consumo e o gasto calórico nas populações de baixa renda. E isso se deve ao acesso limitado a alimentos mais baratos, porém pobres em nutrientes e com alta densidade calórica. Além disso, a baixa escolaridade também restringe o acesso a informações nutricionais, afetando os hábitos alimentares
dessa população.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional em Saúde, a taxa de obesidade no Brasil é de 20,1%. E através de uma projeção, criada por pesquisadores da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), chegou-se ao dado de que se mantiver este crescimento, a taxa em 2030 será de 24,5% da população.
Má alimentação e obesidade
Uma má alimentação pode levar a problemas como obesidade, diabetes, colesterol alto, anemia e hipertensão. E também pode servir como gatilho para o desenvolvimento de transtornos como anorexia, bulimia e compulsão alimentar. E aprende-se a alimentar-se bem na infância.
O estudo da FGV ressalta que existe uma forte associação entre a obesidade infantil e a prevalência dessa condição ao longo da vida. De acordo com os dados, há evidências de que os hormônios presentes no leite materno contribuem para a saciedade do bebê, sendo uma estratégia para reduzir a obesidade. Nesse contexto, a interrupção precoce da amamentação e um estilo de vida caracterizado por meios de transporte sedentários são algumas das causas multifatoriais que contribuem para a obesidade infantil.
O paladar é definido na infância, mas é na adolescência que as pessoas passam a ter liberdade para escolher o que comer. Porém, pesquisas mostram que o adolescente nem sempre tem feito uma boa seleção. Para os Estudos de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadores entrevistaram 75 mil estudantes entre 12 e 17 anos, de 1.247 escolas brasileiras, públicas e particulares, de 122 cidades em 2016. Foi constatado que os alimentos mais consumidos pelos adolescentes foram arroz, feijão, sucos e refrescos, pães e carne bovina. Porém também se destacam os alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, salgados fritos e assados, e biscoitos doces e salgados. E o consumo de frutas é baixo. O estudo Erica destacou que 1/5 dos adolescentes hipertensos poderiam não ter esta condição se não fossem obesos
Adultos também se alimentam mal. O estudo do Vigitel 2021 detectou que um pouco mais de 18% dos entrevistados consumiram cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados na véspera da ligação (a pesquisa é feita via telefone). O consumo foi maior entre os homens (21,7%) do que entre as mulheres (15,2%). Quanto à ingestão de refrigerantes, 14% dos entrevistados beberam durante cinco ou mais dias da semana.
Falta de atividades físicas
Os brasileiros não têm praticado atividade física o suficiente. Segundo o Vigitel 2021, 48,2% dos entrevistados não praticam atividade física em um nível suficiente. O percentual é maior entre mulheres (55,7%), do que entre homens (39,3%). O estudo considerou prática de atividade física suficiente as que durassem 150 minutos ou mais na semana. Quanto aos adultos que não praticavam nenhum tipo de atividade física, somaram 15,8%. Dentre os homens foram 15,6%, e as mulheres 16,0%. A inatividade física aumentou entre as pessoas com 55 anos.
Males da Obesidade
Os obesos têm uma maior predisposição para desenvolver problemas crônicos de saúde, como hipertensão, diabetes, até mesmo câncer. E ainda o próprio excesso de peso pode atrapalhar o tratamento das comorbidades.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 13 em cada 100 casos de câncer no Brasil estão relacionados ao sobrepeso e à obesidade. A inflamação crônica das células causada pela obesidade pode levar ao surgimento de certos cânceres.
Impactos na saúde suplementar
Já existem estudos sobre o impacto do crescimento da obesidade nos planos de saúde. O estudo da IESS “Cenários para o futuro: como o aumento da prevalência da obesidade entre beneficiários pode impactar a sustentabilidade da saúde suplementar” analisou os gastos das operadoras de saúde. E, com estas informações, projetou que os gastos com a obesidade podem chegar a R$ 3.131,37 (R$ 37.576 ao ano) por paciente em 2030, em menos de 10 anos. Este valor pode aumentar ainda mais devido ao crescimento dos custos desta doença crônica, que poderá chegar a 55,47% do dinheiro gasto na saúde suplementar.
No estudo, consta que a obesidade mórbida, apesar de a prevalência ser 18 vezes menor, representa 23,8% de todos os custos relacionados à doença no SUS. Ainda traz que se o número de obesos mórbidos caísse pela metade, se economizaria R$ 96 milhões em sinistros em 5 anos.
Uma forma de transformar este quadro é criar programas de prevenção focados em diferentes grupos. Pode-se, por exemplo, realizar palestras sobre alimentação ou grupos com nutricionistas, educadores físicos e enfermeiros.
Para automatizar o gerenciamento destes programas, as operadoras de saúde podem contar com o software de medicina preventiva Previva. Com o software, é possível traçar o perfil dos beneficiários, o que ajuda a criar programas personalizados que atendam às necessidades específicas de cada grupo.
Além disso, a possibilidade de gerar relatórios, gráficos e customizar a gestão dos indicadores, permite um acompanhamento mais eficaz do progresso de cada indivíduo e/ou do grupo de pacientes dos programas.
Entre em contato
Solicite uma demonstração ou deixe sua mensagem
Ficou com dúvida sobre o Previva?