Obesidade pode estar relacionada a pelo menos 13 tipos de câncer.
De acordo com o Inca, cerca de 13 em cada 100 casos de câncer no Brasil estão relacionados ao sobrepeso e à obesidade. O excesso de peso está associado a pelo menos 13 tipos diferentes, entre eles, estão os tumores de esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide e mieloma múltiplo e possivelmente associado aos de próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células B.
Várias são as razões que contribuem para a obesidade aumentar o risco de câncer. Uma delas é pelo estado constante de inflamação crônica, o que pode elevar os níveis de certos hormônios. Estes, em grande quantidade, podem favorecer a proliferação de células doentes. Além da desregulação hormonal, o peso excessivo também pode afetar o metabolismo. Por exemplo, pode subir os níveis de insulina e o fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1), que podem promover o crescimento de células cancerosas.
Existem uma série de estudos que apontam a relação entre gordura e neoplasia. Um deles é o estudo publicado em 2014 na revista “The Lancet”, que analisou a relação entre o índice de massa corporal (IMC) e o risco de desenvolvimento de câncer em mais de 5 milhões de pessoas saudáveis no Reino Unido. A pesquisa concluiu que o sobrepeso e a obesidade estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver 10 tipos de câncer entre os 22 mais comuns, incluindo câncer de mama, cólon, fígado, ovário e próstata.
Entidades governamentais e ONGs também têm feito alertas. Pesquisas da American Cancer Society, indicam que o excesso de peso pode ser responsável por cerca de 11% dos cânceres em mulheres e cerca de 5% em homens nos Estados Unidos. E também pode ser atribuída a ela 7% de todas as
mortes por câncer.
A obesidade tem crescido no mundo todo
O Atlas Mundial da Obesidade, projeto da World Obesity Federation, é uma publicação que reúne dados e informações sobre a obesidade em todo o mundo, inclusive no Brasil. A edição de 2023 alerta que mais da metade da população mundial, ou mais de 4 bilhões de pessoas, estarão acima do peso ou obesas em 2035.
O relatório alerta que 41% dos adultos no Brasil serão obesos em 2035 e que a taxa anual de crescimento da obesidade é especulada em 2,8%. Quanto às crianças, estima-se que serão obesas 23% das meninas e 33% dos meninos, com uma taxa anual de crescimento de 4,4%.
Os dados são alarmantes, mas apenas constataram uma tendência que já vinha crescendo. De acordo com informações Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), a porcentagem de obesos entre os beneficiários de planos de saúde aumentou de 12,5% em 2008 para 19,6% em 2018. A Pesquisa Nacional de Saúde 2019 também demonstra o crescimento de obesos no Brasil. A proporção de obesos com 20 anos ou mais cresceu de 12,2% em 2003 para 26,8% em 2019.
Cânceres relacionados ao sexo
Muitos dos cânceres associados à obesidade estão relacionados ao sexo do paciente e ao aparelho digestivo. Ao abordar as neoplasias femininas e masculinas, para a mulher temos os câncer de mama, de ovário e de endométrio; para o homem, de próstata.
Nas mulheres, alguns estão associados à menopausa. Por exemplo, um artigo publicado na revista Veja cita uma pesquisa que relacionou a obesidade após a menopausa a um risco de 30 a 50% maior de câncer de mama. E ainda concluiu que as chances de cura de câncer também são reduzidas para estas mulheres, com as taxas de sobrevivência caindo para quem tem gordura abdominal. Um dos possíveis fatores para esta neoplasia é que o tecido adiposo produz estrogênio, que pode estimular o crescimento de células mamárias e aumentar o risco de câncer de mama.
Em seu website, o National Cancer Institute, órgão oficial do governo americano, relaciona estatísticas e estudos sobre a incidência do câncer em obesos :
Câncer endometrial: é 7 vezes maior a probabilidade em obesas grave. E obesas e com sobrepeso têm de 2 a 4 vezes mais chances de ter este tipo de câncer do que aquelas sem obesidade ou sobrepeso.
Câncer de mama: é 1,2 e 1,4 vezes mais provável em pessoas com obesidade ou sobrepeso. E aumenta as chances em 1,2 para cada aumento de 5 unidades no IMC. Para pessoas obesas que ainda não passaram pela menopausa, o risco é de 0,8 vezes maior.
Câncer de ovário: é 1,1 vezes mais provável para cada aumento de 5 unidades no IMC.
Para os homens, o Instituto Vencer o Câncerrelaciona a obesidade a um câncer mais agressivo de próstata. E também, o peso excessivo dificulta o diagnóstico precoce ao reduzir a especificidade do PSA.
Câncer no aparelho digestivo
O aparelho digestivo também é atingido pelo câncer. Os mais comuns são o câncer de esôfago, estômago, intestino grosso, reto e fígado. Existem vários fatores para isso, como a gordura visceral. Um exemplo é o carcinoma hepatocelular, que é um tipo comum de câncer de fígado associado à esteatose hepática (gordura no fígado) e representa cerca de 5% de todos os casos de câncer no mundo. Uma reportagem publicada pelo Instituto Vencer o Câncer aponta que 30,45% dos brasileiros têm gordura no fígado. Mas ao se analisar as pessoas obesas ou com diabetes, este percentual chega a 50%.
Veja o que estudos citados na National Cancer Institute apontam sobre as chances de câncer:
Câncer de fígado e de rim: são duas vezes mais comum em pessoas com obesidade ou sobrepeso.
Câncer de pâncreas: é 1,5 vezes mais comum em pessoas com obesidade ou sobrepeso.
Câncer colorretal: é 1,3 vezes mais comum em pessoas com obesidade.
Perda de peso reduz a incidência de câncer
Emagrecer é um dos caminhos para prevenir o câncer. Mas para isso, muitos pacientes precisam de apoio e ajuda de uma equipe multidisciplinar. Um estudo recente publicado no periódico JAMA com mais de 30 mil adultos com obesidade concluiu que aqueles que fizeram cirurgia bariátrica para perda de peso tiveram um risco 32% menor de desenvolver câncer e 48% menor de morrer de câncer, em comparação com um grupo semelhante de pessoas que não fizeram a cirurgia. A perda de peso média de 25 quilos associada à cirurgia resultou em uma redução maior do risco de câncer. E quanto maior foi a perda de peso foi perdido, mais o risco de câncer foi reduzido. É possível também que o emagrecimento sem cirurgia também reduza a possibilidade de neoplasia.
Software Previva
Além do peso, má nutrição, sedentarismo e consumo de álcool também foram relacionados a um aumento do risco de câncer. Um estilo de vida saudável, que inclui uma dieta balanceada, exercícios regulares e consumo limitado de álcool, pode ajudar a reduzir o risco de neoplasias e outras doenças crônicas.
As operadoras de saúde podem desempenhar um papel importante na prevenção da obesidade e do câncer, oferecendo aos seus segurados acesso a programas e serviços que promovam um estilo de vida saudável. Estes programas podem ser para perda de peso, nutrição e exercícios físicos.
As operadoras de saúde podem utilizar o software de medicina preventiva Previva para apoiar o gerenciamento desses programas. Com o software, é possível obter um perfil detalhado dos beneficiários, permitindo a criação de programas personalizados que atendam às necessidades específicas de cada grupo. Isso possibilita uma abordagem mais eficiente e eficaz na prevenção da obesidade e do câncer, proporcionando aos segurados um cuidado de saúde mais completo e individualizado.
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