Número de cirurgias bariátricas no Brasil quase dobrou em oito anos
Mesmo que o percentual de obesos na população brasileira não tenha avançado tanto no mesmo período, o número de cirurgias bariátricas cresceu 84,7% entre 2011 e 2018.
Em 2011 foram realizadas 34,6 mil procedimentos desse tipo no país, enquanto em 2018 esse número chegou a 63,9 mil.
Nesses oito anos, o número de cirurgias bariátricas ultrapassou os 400 mil.
Os dados são provenientes de um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) usando dados do DataSUS e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Em contrapartida, a obesidade cresceu 3,2 pontos percentuais no período. De acordo com a pesquisa Vigitel, o percentual de obesos na população subiu de 15,5% para 18,7% de 2011 a 2018.
O que esses números mostram é que tem se tornado cada vez mais necessário encontrar alternativas à cirurgia bariátrica no sistema de saúde.
Ao promover iniciativas como programas de reeducação alimentar e de prevenção da obesidade, tanto o SUS quanto as operadoras de saúde podem contribuir para reduzir os riscos e os custos gerados pelo excesso de cirurgias bariátricas.
Quando a bariátrica é realmente necessária?
Segundo o levantamento feito pela SBCBM, proporcionalmente, o maior crescimento na quantidade de cirurgias durante o período pesquisado se deu na rede do SUS.
Em 2018, o sistema público de saúde realizou 11,4 mil destes procedimentos, um aumento de 112,3% em relação às 5,4 mil cirurgias feitas em 2011.
Mas apesar do crescimento percentual, o número total de cirurgias bariátricas na rede pública ainda não chega perto dos 49,5 mil procedimentos feitos pelos planos de saúde em 2018.
Esse dado tem levado os gestores da área de saúde suplementar a algumas reflexões importantes:
Quantas cirurgias desse tipo são realmente necessárias?
Quantas estão sendo realizadas por liminar judicial sem considerar os critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)?
É importante lembrar que a cirurgia bariátrica nunca é um procedimento de urgência ou emergência, e que na maioria dos casos existem alternativas menos invasivas e dispendiosas.
Quem pode fazer cirurgia bariátrica?
Apesar do aumento na procura pelo procedimento, a cirurgia bariátrica nunca deve ser encarada como uma intervenção estética.
Somente pacientes com indicação médica e que cumpram os pré-requisitos determinados Ministério da Saúde podem se submeter a esse tipo de operação.
O paciente deve se enquadrar em uma das seguintes condições:
- ter IMC superior a 50 kg/m²;
- ter IMC superior a 40 kg/m² sem sucesso em tratamento clínico por ao menos 2 anos;
- ter IMC superior a 35 kg/m² com comorbidades (como alto risco cardiovascular e diabetes, hipertensão) que não tenham obtido sucesso em tratamento clínico por pelo menos dois anos.
Também é importante ressaltar que a cirurgia bariátrica não é recomendada especificamente nos seguintes casos:
- Limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado;
- Quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas; no entanto, quadros psiquiátricos graves sob controle não são contra indicativos obrigatórios à cirurgia;
- Doença cardiopulmonar grave e descompensada que influenciem a relação risco-benefício;
- Hipertensão portal, com varizes esofagogástricas; doenças imunológicas ou inflamatórias do trato digestivo superior que venham a predispor o indivíduo a sangramento digestivo ou outras condições de risco; e
- Síndrome de Cushing (hipercortisolismo) decorrente de hiperplasia na suprarrenal não tratada e tumores endócrinos.
Os médicos reconhecem que o procedimento tem pontos positivos, mas o fato é que muitos pacientes vêm correndo riscos desnecessários pela falta de respeito aos critérios listados acima.
Custos e riscos da cirurgia bariátrica
Outro dado a ser levado em conta é que 4,6% dos pacientes que se submetem à bariátrica morrem por decorrência de complicações pós-operatórias em até um ano depois da intervenção.
Segundo um estudo sobre o impacto da cirurgia bariátrica realizado em 2014, metade dos casos de óbito pós-cirurgia estão relacionados ao procedimento.
Além disso, a autora aponta que o número de reinternações entre os pacientes que passam por cirurgias bariátricas cresce significativamente.
De acordo com a pesquisa, os custos com internação e consultas são maiores no período pós-operatório e mantém-se elevados por pelo menos quatro anos, o que demanda atenção e planejamento por parte dos gestores de operadoras.
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