A medicina preventiva no combate ao câncer do colo do útero

Com 16 mil novos casos por ano no Brasil, o câncer do colo do útero é hoje o terceiro tumor mais frequente na população feminina, depois do câncer de mama e do colorretal, sendo a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

Segundo dados de 2016 do Instituto Nacional de Câncer (INCA), não considerando os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o primeiro mais incidente na Região Norte (23,97/100 mil). Nas Regiões Centro-Oeste (20,72/100 mil) e Nordeste (19,49/100 mil), ocupa a segunda posição; na Região Sudeste (11,30/100 mil), a terceira; e, na Região Sul (15,17 /100 mil), a quarta posição

câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero é raro em mulheres até 30 anos e o pico de sua incidência se dá na faixa etária de 45 a 50 anos. Como os demais tipos de câncer, a chave para combater o avanço da doença e minimizar seu impacto na saúde da população é investir na prevenção e no diagnóstico precoce.

Evolução na detecção precoce

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as principais estratégias para a detecção precoce do câncer do colo do útero são o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas da doença) e o rastreamento (aplicação de um teste ou exame numa população assintomática, aparentemente saudável, com objetivo de identificar lesões sugestivas de câncer e encaminhá-la para investigação e tratamento).

É importante ter em mente que a doença costuma ser assintomática em seus primeiros estágios. Nas fases mais adiantadas, pode evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.

Com campanhas de promoção ao diagnóstico precoce e um programa de rastreamento bem organizado, usando ferramentas de TI para integrar as informações geradas com o perfil epidemiológico dos beneficiários, tanto a incidência como a mortalidade por câncer do colo do útero podem ser reduzidas consideravelmente.

No Brasil, os avanços nessa área são visíveis: na década de 1990, em média 70% dos casos eram diagnosticados na fase invasiva, o estágio mais agressivo da doença. Atualmente, 44% dos casos são identificados na forma de lesão precursora do câncer, que pode ser tratada de forma localizada (in situ).

Uma boa referência para sua operadora se certificar que está trabalhando de acordo com as melhores práticas recomendadas pelo Ministério da Saúde, é a publicação Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. A versão atualizada, com dados do ano de 2016, pode ser baixada gratuitamente no site do INCA.

Prevenindo o câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero deve estar entre as prioridades na estratégia de medicina preventiva de qualquer operadora de saúde. A sua prevenção primária consiste em reduzir o risco de contágio pelo papilomavírus humano (HPV), cuja infecção persistente resulta no desenvolvimento da doença.

Como a transmissão ocorre por via sexual, o uso de preservativos durante a relação com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer através do contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal. Portanto, campanhas de conscientização sobre sexo seguro são uma ferramenta essencial para deter o avanço desta e das demais doenças sexualmente transmissíveis.

Campanhas abordando especificamente a prevenção do câncer do colo do útero também são recomendadas. Além de alertar as beneficiárias sobre a importância do diagnóstico precoce, deve-se reforçar os principais fatores de risco: início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, tabagismo e uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.

Ações de acordo com a faixa etária

De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), na publicação Controle integral do câncer do colo do útero: Guia de práticas essenciais (que pode ser baixada aqui), há estratégias específicas que devem ser aplicadas em diferentes idades durante toda a vida da mulher, para manter o controle e a prevenção da doença:

Prevenção primária: a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) visa meninas de 9 a 13 anos, com o objetivo de imunizá-las antes de se tornarem sexualmente ativas.

Prevenção secundária: acesso à tecnologia para mulheres com mais de 30 anos, como a inspeção visual do colo do útero com ácido acético, ou HPV para triagem, seguido de tratamento de lesões pré-cancerosas detectadas, que podem se desenvolver em um câncer do colo do útero.

Prevenção terciária: acesso ao tratamento e gerenciamento do câncer para mulheres de qualquer idade, incluindo cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Quando o tratamento curativo já não é uma opção, o acesso aos cuidados paliativos é crucial.

Segundo a publicação da OMS, vários serviços e programas de saúde são necessários para implementar essas recomendações. A entidade sublinha a importância da colaboração entre diferentes setores, programas de saúde e profissionais em todos os níveis do serviço de saúde para o sucesso da prevenção do câncer do colo do útero.

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